domingo, 25 de outubro de 2009

A Arte de Se Enfeitar




Os índios observadores da Natureza, em sua maioria, achavam que o homem é que deveria se enfeitar para despertar o interesse da fêmea. Realmente, a plumagem dos machos das aves é mais rica e elaborada, apresentando também cores mais variadas e brilhantes. O canto do macho ainda, é mais mavioso, mais atraente e envolvente. Este é o motivo, que nos faz acreditar que os índios tomaram estes ensinamentos ao "pé da letra" e sendo assim,em algumas tribos, somente os homens se dedicavam a arte de pintar seu corpo e a se enfeitar com plumagens.

As mulheres podiam, entretanto, ajudar a pintar o corpo de seus maridos. São elas que desde muito cedo enfeitam os filhos do sexo masculino, preparavam os colares, os cintos, teciam as pulseiras e os enfeites de algodão usado nas pernas.




Referencias: Rosane Volpatto
Site: http://www.rosanevolpatto.trd.br/arteenfeitar.htm


ADORNOS FEMININOS



As intervenções corporais femininas eram conseguidas através de escarificadores com espinhos; tesouras de mandíbulas de piranha eram utilizadas para o corte de cabelo; instrumentos furadores de lábios para o uso do tembetás e para orelhas que eram adornadas com elaborados brincos de penas. Fazem também parte o universo feminino as tiras de látex que atadas nos tornozelos ou na barriga da perna, davam sensuais contornos a esta região do corpo.

Os discos labiais e ouriculares, fazem parte do universo masculino e apontam para a importância da fala e da audição direcionados para os homens mais velhos ou chefes da aldeia. Os tembetás também eram usados pelos homens simbolizando a passagem para a vida adulta.

Os arranjos de cabelos femininos eram feitos de acordo com a idade. As meninas usavam franja até a nuca. As mulheres usavam o cabelo para trás e comprido.

Para o indígena, o corpo é a ligação física entre a alma e o mundo exterior. O corpo é também, o meio pelo qual o homem se projeta na sociedade. O seu uso e o modo de como ele é apresentado, nos informa traços precisos da comunidade onde ele se encontra inserido, o seu grau de integração e o controle que ela exerce sobre o interior deste mesmo homem.



Referências: Rosane Volpatto

site:

domingo, 11 de outubro de 2009

A música e a dança



A música e a dança estão freqüentemente associadas aos índios e a sua cultura, variando de tribo para tribo. Em muitas sociedades indígenas a importância que a musica tem na representação de ritos e mitos é muito grande. Cada tribo tem seus próprio instrumentos, havendo também os instrumentos que são utilizados em diferentes tribos no entanto de diferentes formas como é o caso do maracá ou chocalho, onde em determinadas sociedades indígenas como a dos Uaupés o uso do mesmo acontece em cerimonias religiosas, já outras tribos como a dos Timbiras é utilizado para marcar ritmo junto a um cântico por exemplo. A dança junto aos indígenas se difere da nossa por não dançarem em pares, a não ser por poucas exceções como acontece no alto Xingú. A dança pode ser realizada por um único indivíduo ou por grupos.



A ALDEIA CABE NO COCAR



A disposição e as cores das penas do cocar não são aleatórias. Além de bonito, ele indica a posição de chefe dentro do grupo e simboliza a própria ordenação da vida em uma aldeia Kayapó. Em forma de arco, uma grande roda a girar entre o presente e o passado. "

As cores do cocar:

O verde representa as matas, que protegem as aldeias e ao mesmo tempo são a morada dos mortos e dos seres sobrenaturais. São consideradas um lugar perigoso, já que fogem ao controle dos Kayapó.

A cor mais forte (vermelho) representa a casa dos homens, que fica bem no coração da aldeia. É a "prefeitura" Kayapó, presidida apenas por homens. Aí eles se reúnem diariamente para discutir caçadas, guerras, rituais e confeccionar adornos, como colares e pulseiras.

O amarelo refere-se às casas e às roças, áreas dominadas pelas mulheres. Nesses espaços, elas pintam os corpos dos maridos e dos filhos, plantam, colhem e preparam os alimentos. Todas as choças têm a mesma distância em relação à casa dos homens.


Referências: http://www.historiadaarte.com.br/arteindigena.html

segunda-feira, 5 de outubro de 2009


cocar de plástico; índios Kayapó-Gorotireà direita: detalhe dos recortes no formato de penas.

TRANÇADOS E CERÂMICA


A variedade de plantas que são apropriadas ao trançado no Brasil dá ao índio uma inesgotável fonte de matéria prima. É trançando que o índio constrói a sua casa e uma grande variedade de utensílios, como cestos para uso doméstico, para transporte de alimentos e objetos trançados para ajudar no preparo de alimentos (peneiras), armadilhas para caça e pesca, abanos para aliviar o calor e avivar o fogo, objetos de adorno pessoal (cocares, tangas, pulseiras), redes para pescar e dormir, instrumentos musicais para uso em rituais religiosos, etc. Tudo isso sem perder a beleza e feito com muita perfeição. A cerâmica destacou-se principalmente pela sua utilidade, buscando a sua forma, nas cores e na decoração exterior, o seu ponto alto ocorreu na ilha de Marajó.




Curiosidade


Cultura Material. Os Araweté possuem uma cultura material bastante simples, dentro do horizonte tupi-guarani. Isto se pode explicar, em parte, pelo estado constante de alarme e fuga diante de inimigos a que este povo esteve sujeito nas últimas décadas; em parte, pelo trauma do contato. Em sua simplicidade mesma, a cultura material dos Araweté não permite uma aproximação com a de qualquer outro grupo tupi-guarani em particular. A predominância absoluta do cultivo do milho sobre o da mandioca também distingue os Araweté dos demais tupi-guarani amazônicos. Os homens têm barba espessa, que costumam deixar crescer em cavanhaque; andam nus, com apenas um cordão amarrado no prepúcio. As mulheres trazem um costume de quatro peças tubulares (cinta, saia, tipóia-blusa e um pano de cabeça), tecido de algodão nativo e tingido de urucum. Elas portam brincos feitos de peninhas de arara dispostas em forma de flor, pendentes de enfiadas de semente de ciñã, bem como colares desta mesma conta. Os homens usam os mesmos brincos, porém mais curtos. O cabelo é cortado em franja reta na testa até a altura das orelhas, de onde cresce até a nuca dos homens e a espádua das mulheres. A tintura e a cor básica dos Araweté é o vermelho-vivo do urucum, com que cobrem os cabelos e o corpo, untando-os uniformemente. No rosto, porém, podem traçar apenas uma linha horizontal na altura das sobrancelhas, uma ao longo do nariz, e uma linha de cada orelha às comissuras labiais. Este padrão é também usado na decoração festiva, quando é traçado em resina perfumada e recoberto com as penas minúsculas de cotingas de plumagem azul brilhante. A plumagem do gavião-real é grudada nos cabelos. O arco, o chocalho e as vestes femininas. Apesar da austeridade material dos Araweté, eles fabricam três objetos tecnicamente muito elaborados, e que além disto lhes são exclusivos: o arco, o chocalho aray do pajé e a vestimenta feminina.O arco araweté é feito de ipê, e é mais curto, curvo e largo que a maioria dos arcos indígenas brasileiros. Cada tronco de ipê pode servir à fabricação de vários arcos. A madeira era trabalhada com ferramentas de osso e pedra (agora com machados e facões de aço), e é aplainada com um formão feito de dente de cotia, lixada com uma folha áspera até ficar completamente lisa, e por fim cuidadosamente aquecida no fogo e vergada até ganhar forma adequada. Usa-se o leite do coco-babaçu ou a gordura de larvas que vivem nesta palmeira para tornar a madeira mais fácil de curvar.A corda do arco é feita de fibra de curauá, uma bromeliácea cultivada.O chocalho aray de pajelança é um cone invertido trançado de talas de arumã, recoberto de fios de algodão até deixar apenas a parte superior - que é a base do cone - exposta. Um floco de algodão forma um "colarinho" em volta da parte descoberta; ali se inserem quatro ou cinco penas caudais de arara vermelha, dando ao objeto a aparência de uma tocha flamejante. Pedaços de conchas de um caramujo do mato são colocados dentro do cone trançado. O aray produz um som chiante e contínuo; ele é usado pelos pajés para acompanhar os cantos ée para realizar uma série de operações místicas e terapêuticas: trazer os deuses e almas dos mortos à terra para participarem das festas, reconduzir a alma perdida de pessoas doentes, ajudar no tratamento de ferimentos e picadas de animais venenosos.

domingo, 4 de outubro de 2009

arte indigenA

ARTE INDIGENA

ARQUITETURA
Taba ou Aldeia é a reunião de 4 a 10 ocas, em cada oca vivem várias famílias (ascendentes e descendentes), geralmente entre 300 a 400 pessoas. O lugar ideal para erguer a taba deve ser bem ventilado, dominando visualmente a vizinhança, próxima de rios e da mata. A terra, própria para o cultivo da mandioca e do milho. No centro da aldeia fica a ocara, a praça. Ali se reunem os conselheiros, as mulheres preparam as bebidas rituais, têm lugar as grandes festas. Dessa praça partem trilhas chamadas pucu que levam a roça, ao campo e ao bosque. Destinada a durar no máximo 5 anos a oca é erguida com varas, fechada e coberta com palhas ou folhas. Não recebe reparos e quando inabitável os ocupantes a abandonam. Não possuem janelas, têm uma abertura em cada extremidade e em seu interior não tem nenhuma parede ou divisão aparente. Vivem de modo harmonioso.

arte indigena

sábado, 3 de outubro de 2009

Pintura Corporal Indígena




Pintura Corporal Indígena

Uma das características que mais marcam a cultura indígena, é a pintura corporal que pode ser vista como tão necessária e importante esteticamente como a roupa usada pelo “homem branco”. A pintura corporal para os indios tem sentidos diversos, não somente na vaidade, ou na busca pela estética perfeita, mas pelos valores que são considerados e transmitidos através desta arte. Feita de jenipapo, carvão ou urucum, tem como objetivo diferir os povos, determinar a função de cada um dentro da aldeia e até mostrar o estado civil. Algumas índias utilizam esse método, por exemplo, para “dizer” que estão interessadas em encontrar um parceiro.O processo de preparação da tinta consiste em ralar a fruta com semente e depois misturá-la com outros pigmentos, como o carvão, para diversificar as cores.Nos dias comuns a pintura pode ser bastante simples, porém nas festas, nos combates, mostra-se requintada, cobrindo também a testa, as faces e o nariz. A pintura corporal é função feminina, a mulher pinta os corpos dos filhos e do marido. Cada etnia tem sua própria marca e se alguma outra utilizar a mesma, uma luta entre as aldeias pode ocorrer.A etnia Tenharim, do Amazonas, faz desenhos de bolas em todo o corpo para se caracterizar. Homens usam desenhos maiores para se diferenciarem das mulheres e imporem uma posição de liderança. Já na aldeia Tapirapé, do Mato Grosso, homens podem usar as mesmas figuras das mulheres, mas as mulheres não podem usar as dos homens. Esta é uma arte muito especial porque não está associada a nenhum fim utilitário, mas apenas a pura busca da beleza.











Postado por: Adriane Ramos

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Uma arte utilitária






A Primeira questão que se coloca em relação à arte indígena é defini­-la ou caracterizá‑la entre as muitas atividades realizadas pelos índios
Quando dizemos que um objeto indígena tem qualidades artísticas, podemos estar lidando com conceitos que são próprios da nossa civilização, mas estranhos ao índio. Para ele, o objeto precisa ser mais perfeito na sua execução do que sua utilidade exigiria. Nessa perfeição para além da finalidade é que se encontra a noção indígena de beleza. Desse modo, um arco cerimonial emplumado, dos Bororo, ou um escudo cerimonial, dos Desana podem ser considerados criações artísticas porque são objetos cuja beleza resulta de sua perfeita realização.
Outro aspecto importante a ressaltar: a arte indígena é mais representativa das tradições da comunidade em que está inserida do que da personalidade do indivíduo que a faz. É por isso que os estilos da pintura corporal, do trançado e da cerâmica variam significativamente de uma tribo para outra.


A arte está presente em cada momento de vida dos povos indígenas no mundo todo. Em cada objeto, em cada ritual, em cada gesto, a arte surge, expressão de força e conexão com o mundo mítico e espiritual . A beleza está presente como atributo divino. Não importa se a pintura trabalhosa e detalhada feita no fundo da panela vai ser queimada assim que ela for ao fogo. A pintura não precisa permanecer para justificar sua beleza. Ela é, no presente, como expressão necessária. Dá sentido ao ato criativo de transformar o barro em cerâmica.
Cada povo tem sua habilidade e forma de materializar em objetos de arte as necessidades do dia a dia ou dos rituais.







Postado por: Adriane Ramos